Quando nos propomos escrever algo, em que se aborde qualquer destes temas, o que desde logo nos vem à mente, é tentar estabelecer uma ordem cronológica a fim de podermos efetivamente fazer alguma comparação, entre eles, bem como fazer a sua interligação entre os diversos itens abordados.
Quando se questiona a contabilidade, ela própria levanta alguns problemas que tanto podem ser causa ou efeito, uma vez que se rege por princípios próprios, mas que se encontram articulados com a Autoridade Tributária e Aduaneira e a própria Fiscalidade, ou seja se estabelecermos como ponto de comparação a matemática, sempre que falamos nestes temas temos que os abordar na “área da tangência” e nunca na “área da secância”, pois cada uma tem os seus itens próprios, mas que servem para se complementar.
A Contabilidade no seu todo – futuramente abordarei as várias designações – considera-se uma ciência do equilíbrio patrimonial, a qual se encontra relacionada com todos os acontecimentos que a possam influenciar, pelo que ao os identificar, relacionar e analisar, ela não pode deixar de levar em linha de conta os que se venham a relacionar com a fiscalidade, pois nunca podemos perder de vista que direta ou indiretamente influencia o equilíbrio patrimonial, não significa que as regras da fiscalidade de sobreponham às da ciência contabilística.
Nos dias que correm, a contabilidade tem um âmbito bastante vasto, pois como ciência que é, também é um verdadeiro instrumento de gestão, a qual possibilita aos utilizadores a obtenção de informação para a tomada de decisões mais racionais na gestão das entidades, pois os responsáveis pela gestão devem ter sempre presente o mercado regional, o mercado nacional e o mercado internacional, não nos podemos esquecer que cada vez mais estamos à beira de um clique.
Assim, nos dias que correm nenhum destes temas poderá ser abordado num contexto isolado, mas sim, num enquadramento de complexidade e dinâmica da vida das entidades, pois somos constantemente bombardeados pelas questões com que as mesmas se deparam.
É preciso termos sempre presente a fiscalidade, pois que quando uma entidade não acompanha as diversas alterações verificadas, põe em causa toda a sua atuação no campo empresarial.
Nas finanças, temos que ter sempre presente a utilização e o controlo dos recursos financeiros, de forma a maximizar o valor da entidade, que implica necessariamente a manutenção do fluxo de entradas e saídas de dinheiro, mantendo o equilíbrio para evitar o indesejado estrangulamento na gestão e facilitar a tomada de decisão.
Face ao exposto, um bom gestor deve ser um profundo conhecedor do Controlo de Gestão, do Balanced Scorecard, Tableaux de Board, dos diversos rácios sejam eles económicos, financeiros ou económico-financeiros, pois só assim estará ao nível de ser um bom timoneiro para a entidade, de forma a conduzi-la a bom porto.
O conhecimento é um elemento bastante importante e valioso para a sustentabilidade das entidades, aos mais diversos níveis de aplicação e compreensão, pois a realidade de tudo o que nos rodeia nem sempre é aprendida pelos utilizadores.
A entidade é um todo, não existem compartimentos estanques, antes pelo contrário, a sua avaliação também é vista como tal pelo que as finanças, a contabilidade e a fiscalidade têm que se interligar e apresentar elementos que sirvam de base de discussão para posterior análise.
Manuel Teixeira
Formador Sénior
Contabilista Certificado
Professor Universitário, – Coordenador do Curso de Contabilidade e Administração no ISPO.
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