Metodologias e Estratégias de formação: que futuro?

A sociedade atual é uma sociedade altamente tecnológica onde a quantidade de informação sobre os mais diversos assuntos abunda e a aprendizagem, ao longo da vida, é uma verdadeira necessidade para todos os indivíduos. Vivemos tempos de mudança, de reestruturação e reconversão das formas de aprender e de ensinar e um dos grandes desafios deste início de século é a busca por metodologias e estratégias de formação inovadoras que possibilitem uma aprendizagem capaz de ultrapassar os limites da formação tradicional e acompanhar as novas necessidades.
Como é sabido, para decidir qual a melhor metodologia de formação a adotar há que ter em conta as características do saber a transmitir, o perfil dos formandos e os condicionalismos e recursos inerentes a essa formação. As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos profissionais proactivos, flexíveis e capazes de se adaptar a esta constante mudança, precisamos adotar metodologias em que os formandos/trabalhadores sejam incentivados a utilizar novas formas de pensar os problemas, em que se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e em que sejam parte ativa na descoberta de soluções para os problemas.
Aprender não significa apenas adquirir mais informação, mas antes, desenvolver a nossa capacidade de produzir os resultados que verdadeiramente desejamos. E, neste campo, as metodologias utilizadas no projeto formativo possuem um papel determinante tendo em conta que vão influenciar, não só o resultado, mas sobretudo o comprometimento do formando com o processo global de aprendizagem.
Atualmente, diria que as metodologias (mais) suscetíveis de produzir melhores resultados ao nível da formação profissional são:
  • Metodologias ativas baseadas em conceitos andragógicos, constituindo pontos de partida para progredir para processos mais avançados de reflexão, de integração cognitiva, de generalização e de reelaboração de novas práticas;
  • Metodologias que fomentem uma maior interação dos conhecimentos (ao invés de transmissão), possuindo o formando um papel decisivo na construção do seu conhecimento, que se fundamenta essencialmente na prática (aprender fazendo); e
  • Metodologias integradas e integradoras que têm em conta não só os objetivos estratégicos da empresa, como as características particulares de cada indivíduo, a utilização de diferentes espaços para as aprendizagens e a aplicação de técnicas de ensino/aprendizagem mistas com recurso às novas tecnologias, tudo isto permitindo que os formandos sejam agentes voluntários, ativos e conscientes do seu próprio desenvolvimento profissional.
Se examinarmos estas e outras metodologias de formação, é indiscutível que todas elas apresentam fatores positivos e negativos. É sempre necessário ter presente que nenhum método, por si só, dá todas as respostas que um processo de formação profissional necessita. O projeto formativo deve contemplar as metodologias e estratégias adequadas a uma formação transformadora. Mas não há soluções mágicas que resolvam todas as situações. Há, ao invés, a necessidade de um trabalho e ajuste constantes das metodologias e estratégias a utilizar em cada projeto.
E esta necessidade de transmutação ao nível das metodologias deve ser acompanhada por um ajuste ao nível das técnicas, meios e recursos utilizados em formação profissional. Não podemos descurar o facto de que o blended-learning veio para ficar, o Mobile-learning mostra um crescimento exponencial, as micro-aprendizagens feitas através de vídeos de pequena duração estão a ser um sucesso ao nível da adesão dos formandos (prevendo-se que vá aumentar bastante em 2017-2018) e temos ainda a gamificação e o recurso à realidade virtual que têm vindo a ganhar expressão a olhos vistos. Tudo isto fruto desta nova era e todas elas soluções mais facilmente moldáveis e permeáveis às necessidades destes novos tempos e dos novos formandos.
O que se pretende salientar é sobretudo que, enquanto players no mercado da formação profissional, cada vez mais necessitamos refletir e ter um papel ativo sobre estas (e outras) questões, sendo necessário trabalhar ativa e continuamente no sentido de encontrarmos caminhos que conduzam a uma formação profissional de qualidade e ajustada às novas necessidades. Só assim conseguiremos construir organizações capazes de lidar com os problemas de hoje e capazes de aproveitar as oportunidades do futuro.

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Filomena Nogueira
, coordenadora pedagógica, Vantagem+

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